Cadê meu bebe?

Cadê meu bebe?

domingo, 11 de agosto de 2013

Reflexão sobre parto humanizado


Ontem fui assistir o filme “O renascimento do parto”. O filme é maravilhoso. Ainda que não parece o filme não fala somente sobre grávidas, sobre gestantes e seus bebês, mas sobretudo, é um filme que fala de amor e sobre a mulher. Sobre o empoderamento da mulher. Sobre o direito de lidar com o seu próprio corpo.

No filme, me informei, me emocionei, chorei, me maravilhei ao ver gestantes tendo seus filhos nos braços pela primeira vez. No entanto, penso que há uma análise que a gente precisa fazer  sobre o assunto.

Os partos normais, e os partos domiciliares principalmente, estão extremamente elitizados no Brasil (em São Paulo) e o que deveria servir a todos só serve a classe alta.

O filme fala muito bem sobre as doulas e até sugere que todo mundo deveria ter uma doula. Concordo demais com isso! Uma mulher auxiliando outra mulher num trabalho de parto que tem deixado de ser feminino. No entanto,... o serviço de uma doula é caro. Não é pra qualquer um!

Qual a possibilidade real de se ter um parto normal no Brasil? 
Tenho frequentado grupos de gestantes de instituições que trabalham com humanização do Parto em São Paulo e tenho observado mulheres de classe média/alta todas com suas obstetrizes, pediatras neonatais e doulas contratadas a preços altíssimos.

O filme abre o olho da gente pra muita coisa mas... e agora? O que fazer? Você continua com as mãos atadas. É claro que a informação já é uma arma que podemos usar para lutar (e diga-se de passagem, briga de foice) com seu médico. Mas isso não é tudo. É preciso brigar por uma política institucional pra que isso se implante no país.

E onde estão os grupos para se reunir com os bambambans e propor mudanças institucionais? Acho que há uma preocupação excessiva com a conscientização da mulher, que vai passar agora a pagar caro por um parto ideal, mas não há uma preocupação tão grande assim com uma política que dê acesso a isso a qualquer mulher.

Sem querer acusar ninguém mas... é preciso politizar mais essa discussão.


Alguém concorda?

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